Paulo Guedes falou sobre reformas, COVID-19, Guerra na Ucrânia, IPI Zero e reindustrialização do país na Expert XP 2022

O ministro da Economia, Paulo Guedes, participou do primeiro dia da Expert XP 2022, em São Paulo, nesta quarta-feira (3), e afirmou que a situação econômica do país está bem melhor que a de economias desenvolvidas. Segundo o ministro, enquanto no Brasil a inflação e o desemprego estão caindo e a perspectiva de crescimento econômico vem sendo revisada para cima, as economias centrais apresentam revisões para baixo do crescimento e altas de inflação e desemprego.

O painel “Reformas estruturais e o caminho para o crescimento” foi conduzido por Rafael Furlanetti, o sócio-diretor institucional da XP; Caio Megale, economista-chefe da XP Investimentos; e Junia Gama, analista de política da XP Investimentos. Durante a conversa, Guedes afirmou que diversas reformas estruturantes foram realizadas, com destaque para a reforma da previdência, que teve apoio popular, uma reforma administrativa “invisível”, com desindexação de salários dos servidores públicos e digitalização de serviços.

Além disso, o ministro ressaltou as medidas de privatização de ativos públicos, que ele destacou como as maiores dos últimos 30 anos, os acordos comerciais realizados com outros países e blocos, e a redução das tarifas de importação no Mercosul. Com essas reformas, Guedes afirmou que o Brasil “está condenado a crescer 10 anos seguidos”.

A pandemia de Covid-19 também entrou na agenda do painel, onde o ministro apontou os desafios sem precedentes do período e a interrupção de andamento de outras reformas, no que ele destacou como um momento que serviu especialmente para “proteger os mais vulneráveis e os empregos”. Paulo Guedes afirmou que o programa de auxílio emergencial demonstrou a desigualdade no país e a necessidade de se reforçar os programas de transferência de renda, com a criação do Auxílio-Brasil no valor de R$ 400 reais. Em seguida, a guerra na Ucrânia afetou preços de alimentos e o reforço de programas sociais foi necessária, com elevação temporária para R$ 600 do Auxílio-Brasil.

O ministro da Economia admitiu que o teto de gastos foi violado, mas ponderou que isso se deu no contexto de uma pandemia e de uma guerra, situações consideradas extraordinárias. “Toda vez que tiver uma guerra ou uma pandemia, o teto é retrátil, nós ajudamos os brasileiros. Não é um dogma, não vamos morrer por um princípio”.

Ainda no painel, o ministro adiantou que pretende propor novas medidas nos próximos meses, em especial, zerar o IPI, o que ajudaria a “reindustrializar” o país, a criação de uma “carteira verde e amarela”, que permitiria aumentar a formalidade no mercado de trabalho graças à redução dos encargos trabalhistas, e a criação de um fundo de reconstrução nacional e um fundo de erradicação da pobreza, que poderiam ser abastecidos com recursos de privatizações.

Guedes relembrou que sua trajetória esteve ligada à educação financeira e que ajudou a criar MBAs executivos no país, que foram responsáveis pela especialização de milhares de pessoas na área de finanças. O ministro afirmou ainda que XP tem sido importante para ajudar a democratizar os investimentos. Por fim, destacou a necessidade de investir em capital humano e, especialmente, na educação financeira.


atualizado em 05/08/2022 - 15:40

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