A Síndrome do Don Juan faz com que os indivíduos se interessem somente pela conquista, sem se envolver sentimentalmente com o outro.

Muita gente já ouviu em algum momento da vida a expressão, Don Juan, ela se refere àqueles que gostam de seduzir e conquistar outras pessoas, fazendo uma alusão ao mito histórico criado na Espanha, por Tirso de Molina,  Don Juan, um sedutor famoso na condição de galante. O que muita gente não sabe, é que a expressão pode ser considerada uma síndrome.

Sônia Eustáquia é psicóloga e sexóloga, segundo ela, “a principal característica do problema é a compulsão por seduzir outra pessoa em um jogo repetitivo e sem o propósito de uma construção de relação”. Quando o objetivo de conquistar é alcançado, o (a) galanteador simplesmente parte para outra aventura sedutora.

Uma pessoa com a síndrome de Don Juan é egocêntrica, vê a conquista como um jogo e quando consegue conquistar o indivíduo, perde o interesse naquela relação.  “Quando ocorre a sedução e ele consegue conquistar o amor do outro, acaba-se o sentido e a motivação de se manter na relação. Logo, aparece a necessidade de buscar aquele prazer em outra conquista”, revela a especialista.

A síndrome pode atingir mulheres, porém, é mais comum entre os homens. A psicóloga explica que “algumas mulheres podem apresentar um problema, neste caso, trata-se da síndrome de Afrodite. Elas quebram o estereótipo do virtuoso feminino, vai contra  comportamentos como, da pureza, castidade e fidelidade, por exemplo”.

Causas e tratamento

Os motivos para definir a síndrome de Don Juan são vários, inclusive, podem estar relacionados a outros transtornos e distúrbios. A baixa autoestima, traumas antigos ou recentes e até mesmo características narcisistas, são alguns dos sinais que podem causar o donjuanismo. Além disso, alguns estudos revelam que a síndrome pode ter seus primórdios desde o período da puberdade, uma fase em que os hormônios estão à flor da pele e as conquistas amorosas são constantes, fazendo assim com que algumas pessoas se acostumem e se acomodam em tal comportamento.

Ademais, a psicóloga enumera essas causas com alguns aspectos detalhados: “a incapacidade de amar e a frieza, neste caso, advém do transtorno de personalidade antissocial ou da psicopatia, complexo de rejeição e falhas no afeto materno ou paterno”.

O donjuanismo pode trazer ao indivíduo alguns problemas emocionais. As consequências não são apenas para quem se torna vítima dessas pessoas, mas também para quem provoca esse tipo de sofrimento em outros. Permanecer no estado de conquistador pode provocar situações conflituosas entre amigos e familiares, além do mais, em algum momento da vida, vem à tona o sentimento de solitude.

Como alternativa de tratamento para quem sofre do distúrbio, é indicada a psicoterapia. “O indivíduo precisa perceber que o sofrimento causado por um prazer momentâneo causa danos psicológicos tanto na vítima quanto nele, pois, não consegue ter uma relação duradoura”, explica.

Felizmente, a Síndrome de Don Juan tem cura. Se tratado corretamente, por um profissional gabaritado e que compreenda a questão, o indivíduo consegue manter uma relação amorosa duradoura, verídica e emocionante.

Fonte: Sônia Eustáquia é graduada em Psicologia, Psicanalista, pós-graduada em Neuropsicologia, Sexualidade Humana e Docência do Ensino Superior, a psicóloga Sônia Eustáquia atende em Belo Horizonte promovendo saúde e qualidade de vida aos seus pacientes. Tem formação em Terapia Ericksoniana, especializada no Atendimento Breve individual e de casais, colunista em Revistas e Rádios, Professora e Palestrante.


atualizado em 26/04/2021 - 13:26

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